Viver mais não é viver melhor. Como alcançar a longevidade com saúde
Viver mais não significa necessariamente viver bem. De nada adianta adicionar anos à vida se esses anos forem vividos com doenças crônicas, limitações físicas e mentais. Uma longevidade saudável envolve muito mais do que simplesmente alcançar idades avançadas. Envelhecer melhor significa ter uma boa memória, mobilidade preservada e capacidade cognitiva. Esses fatores são essenciais para uma velhice produtiva e com saúde mental, não apenas para o bem-estar individual, mas também para aliviar a pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir que a sociedade como um todo funcione de forma sustentável. Por isso, é muito importante que tanto o indivíduo, quanto a sociedade se preparem para esse cenário.
O primeiro desafio que o aumento do tempo de vida no Brasil produz é no sistema de saúde. Embora a expectativa de vida já tenha ultrapassado os 76 anos, grande parte dos idosos brasileiros está adoecida. Segundo o Ministério da Saúde, 75% dos idosos sofrem de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. Esses dados mostram que viver mais sem qualidade de vida pode transformar a longevidade em um problema. No entanto, é importante ressaltar que existe uma parcela da população que envelhece bem, com uma longevidade saudável e ativa, mas essa ainda não é a realidade para a maioria dos brasileiros.
Além das consequências para o sistema de saúde, o envelhecimento populacional também afeta diretamente as empresas e seus colaboradores. Para as companhias, o desafio é duplo: além de lidar com a perda de produtividade devido ao aumento de absenteísmo causado pelo burnout, há também a questão de como manter um ambiente saudável e sustentável para uma força de trabalho que está envelhecendo. O estresse crônico e a exaustão, impulsionados por longas jornadas e condições inadequadas, afetam diretamente a capacidade de inovação e a competitividade das empresas.
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Mas como equilibrar o viver mais com viver melhor?
A longevidade só é realmente valiosa quando é acompanhada de qualidade de vida. Para isso, é importante adotar estratégias que favoreçam uma velhice saudável. Aqui estão algumas medidas essenciais que podem ajudar nesse processo:
- Realize exercício aeróbios. Atividades como caminhadas, mindfull walking, corridas e pedaladas são ótimas opções para manter o condicionamento e aptidão cardiovascular.
- Não deixe de treinar musculação. O treino de força é fundamental para a preservação da massa muscular à medida que envelhecemos. Exercícios como agachamentos, levantamento terra e flexões não só aumentam a força muscular, mas também melhoram a densidade óssea, prevenindo fraturas. O fortalecimento de grandes grupos musculares pode reduzir o risco de quedas e manter a independência em idades avançadas .
- Separe um tempo para o equilíbrio e mobilidade. Incorporar exercícios de equilíbrio, como a postura da árvore do ioga ou movimentos de Tai Chi ou treinos com plataformas de estabilidade, ajuda a prevenir quedas e melhora a mobilidade em idades avançadas. O equilíbrio bem treinado é essencial para manter a funcionalidade do corpo ao longo dos anos.
- Movimente-se além do exercício. Adotar um estilo de vida ativo vai além do tempo dedicado a exercícios programados. Incorporar Atividades de Vida Diária (AVDs), como caminhar até o trabalho, passear com o cachorro ou optar por subir escadas em vez de usar o elevador, ajuda a manter o corpo em movimento ao longo do dia. Essas pequenas mudanças contribuem significativamente para aumentar a atividade física diária, melhorando a saúde cardiovascular, mobilidade e até a saúde mental, sem demandar horários específicos para o exercício.
- Tenha uma alimentação balanceada. Uma dieta rica em nutrientes, como a dieta mediterrânea, comprovadamente retarda o envelhecimento celular e reduz o risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas e diabetes. Priorizar alimentos integrais, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis é essencial. Além disso, alimentos específicos como abacate (combate a inflamação e melhora a saúde cardiovascular), açafrão (com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes poderosas que podem retardar o envelhecimento celular e proteger contra doenças degenerativas), peixes como salmão e sardinha (ricos em ácidos graxos ômega-3, os peixes gordurosos ajudam a reduzir o risco de doenças cardíacas e inflamações crônicas) e frutas vermelhas (que reduzem o estresse oxidativo e a inflamação), evitam o envelhecimento precoce.
- Respire e foque na saúde mental. Práticas como meditação e mindfulness ajudam a reduzir o estresse e promovem uma longevidade saudável. O estresse crônico pode ter efeitos devastadores na saúde física, prejudicando o sistema imunológico e a saúde cardiovascular. Técnicas respiratórias, como técnica de respiração 4-7-8, que consiste em inalar pelo nariz por 4 segundos, prender a respiração por 7 segundos e expirar pela boca por 8 segundos, ajudam a regular o sistema nervoso autônomo, promovendo relaxamento e melhora do sono .
- Busque um sono de qualidade. Dormir bem é crucial para a regeneração celular e para o equilíbrio hormonal. A falta de sono está associada a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes e doenças cardíacas.
A longevidade só tem valor com qualidade de vida; então, movimente-se, cuide da sua saúde e inspire quem está ao seu redor. Seja um incentivador das novas gerações. Assim, viver mais será sinônimo de viver bem, com autonomia e bem-estar.
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